sábado, 21 de março de 2009

No cápitulo "Origens", Zélia conta que é filha de imigrantes italianos e nasceu em São Paulo. Era a mais nova dos 5 filhos do casal e passou a infância e adolescência com os irmãos, acompanhando os pais nas festas proletárias, ouvindo conferências políticas, recitando poemas de Castro Alves e de Guerra Junqueira nos palcos das Classes Laboriosas e da Lega Lombarda.

Em outro momento ela conta que em 1938, no clima de insegurança do Estado Novo, a polícia dera uma batida em sua casa e levara seu pai. Sr. Ernesto Gattai ficou preso por mais de 1 ano. Ele resistiu às torturas não confessando nada do que sabia e meses depois foi transferido para o Presídio Maria Zélia, onde aguardaria julgamento.
Foi absolvido por falta de provas e com a saúde comprometida, não resistiu à febre tifóide que o acometeu tempos depois de sair da prisão. Morreu em 1940, aos 54 anos.


A casa de Aparecida e Paulo Mendes de Almeida significava muito para a autora. Nas visitas que fazia era como penetrar no mundo da cultura, num ambiente de intelectuais renomados, sendo ela uma moça simples de família modesta.
Lá conheceu Tarcila do Amaral, Mário de Andrade, Lasar Segall, Oswald de Andrade, os mestres do Modernismo. Tornou-se amiga de escritores e artistas que admirava a distância, como se fossem seres de outro planeta.


Um dia , no ano de 1941, ao chegar no portão da casa de Aparecida, encontrou-a despedindo-se de um rapaz. Era Jorge Amado que estava em trânsito por São Paulo a caminho da Argentina e fora se despedir dos amigos. Embarcaria naquela mesma noite em busca de um material para uma biografia de Luiaz Carlos Preste, que se encontrava na prisão desde 1936, e como para escrever esse livro teria que desempenhar importante papel na luta contra a ditadura e pela anistia, via-se obrigadoa sair do país.

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