terça-feira, 31 de março de 2009

Um vulto apenas - Zélia vê Jorge Amado pela primeira vez!


Na casa de Aparecida Zélia a encontra no portão se despedindo de um rapaz que estava em trânsito em São Paulo, a caminho da Argentina.
Esse rapaz é jorge Amado. Irá para Argentina em busca de material para uma biografia de Luiz Carlos Prestes, que se encontrava na prisão desde 1936.
Se o desejo de encontrar com Jorge vinha de muitos anos, desde que ganhar um exemplar de um amigo do seu pai: Orestes Ristori, líder anarquista até hoje recordado em São Paulo.
Para escrever a biografia de Prestes, Jorge se via obrigado a sair do país, o motivo pelo qual ia para Argentina, até que retorna de lá e vai preso.
Esse livro iria desempenhar um importante papel na luta contra a ditadura e pela anistia.
De volta ao brasil, Jorge Amado traz originais de mais um livro escrito no exterior: "Terras do Sem Fim.", desembracando no Rio Grande do Sul, na casa do Scliar. Mas sua estadia em terras gaúchas não foi demorada. Preso pela polícia local, enviaram-no de trem para o Rio de Janeiro, acompanhado por um delegado.
Essa foi mais uma das prisões que foi submetido: em 1936 no Rio de Janeiro e em 1937 em Manaus.
" Fui apresentada finalmente, a Jorge Amado durante o 1º Congresso Brasileiro de Escritores, realizado em São Paulo, em janeiro de 1945." Assim começa o cápitulo em que Zélia descreve esse momento, que infelizmente, ainda não tivera a oportunidade de lhe falar.
A noite no Bambu,no meio muita música, eis que Jorge vai a mesa em que Zélia está e pede para que seus amigos lhes apresente a moça.
Instalado em São Paulo, Jorge que tinha uma filha de 9 anos, ao lado de outros intelectuais, buscava arregimentar o povo na luta pela democracia e convida Zélia para trabalhar com ele no grupo de finanças. Na mesma noite Zélia integra uma caravana que faria comício pela anistia, no bairro da Casa Verde, de intensa vida popular.
Enfim vamos falar do ínicio do namoro.
Jorge escrevia diariamente uma crônica para a Folha da Manhã. Um dia perguntou a ela se tinha o costume de ler as crônicas que escrevia na Folha. Sugeriu que deixasse de ler no dia seguinte...
A crônica era romântica e apaixonada...à noite perguntou se havia lido o que escrevera pensando nela.

terça-feira, 24 de março de 2009

Perda da Auréola


PERDA DE AURÉOLA«
Eia! quê! tu aqui, meu caro? Tu, num lugar reles! tu, o bebedor de quintas-essências! tu, o saboreador da ambrósia! Na verdade, há nisto qualquer coisa que me surpreende.— Meu caro, conheces o meu pavor dos cavalos e das viaturas. Há pouco, ao atravessar o boulevard a toda a pressa, e ao saltar na lama através desse caos movimentado onde a morte avança a galope de todos os lados ao mesmo tempo, a minha auréola, num movimento brusco, caiu-me da cabeça no lodo do macadame. Não tive coragem para a apanhar. Julguei menos desagradável perder as minhas insígnias do que partir os ossos. E depois, disse comigo mesmo, há males que vêm por bem. Agora posso passear incógnito, fazer más acções, e entregar-me à crápula, como os simples mortais. E eis-me aqui, semelhante a ti, como vês!— Devias ao menos mandar anunciar essa auréola, ou fazê-la reclamar pelo comissário.— Por coisa alguma! Acho-me bem aqui. Só tu me reconheceste. Para mais, a dignidade aborrece-me. E também penso com satisfação que algum poetastro a vai apanhar e cobrir-se com ela impudentemente. Fazer alguém feliz, que alegria! e sobretudo um feliz que me fará rir! Ora pensa em X ou em Z! como será divertido!
»Charles Baudelaire, in O Spleen de Paris (Pequenos Poemas em Prosa), trad. António Pinheiro Guimarães, pp. 131-132, Relógio D’Água, 1991.
Fonte: http://antologiadoesquecimento.blogspot.com
Charles-Pierre Baudelaire


Charles-Pierre Baudelaire (Paris, 9 de Abril de 1821 — Paris, 31 de Agosto de 1867) foi um poeta e teórico da arte francês. É considerado um dos precursores do Simbolismo, embora tenha se relacionado com diversas escolas artísticas. Sua obra teórica também influenciou profundamente as artes plásticas do século XIX.
Nasceu em Paris a 9 de abril de 1821. Estudou no Colégio Real de Lyon e Colégio Louis-Le-Grand (de onde foi expulso por não querer mostrar um bilhete que lhe foi passado por um colega).
Em 1840 foi enviado pelo padrasto, preocupado com sua vida desregrada, à Índia, mas nunca chegou ao destino. Pára na ilha da Reunião e retorna a Paris. Atingindo a maioridade, ganha posse da herança do pai. Por dois anos vive entre drogas e álcool na companhia da mulata Jeanne Duval. Em 1844 sua mãe entra na justiça, acusando-o de pródigo, e então sua fortuna torna-se controlada por um notário.
Em 1857 é lançado As flores do mal contendo 100 poemas. O livro é acusado no mesmo ano, pelo poder público, de ultrajar a moral pública. Os exemplares são presos, o escritor paga 300 francos e a editora 100, de multa.
Essa censura se deveu a apenas seis poemas do livro. Baudelaire aceita a sentença e escreveu seis novos poemas "mais belos que os suprimidos", segundo ele.
Mesmo depois disso, Baudelaire tenta ingressar na Academia Francesa. Há divergência, entre os estudiosos, sobre a principal razão pela qual Baudelaire tentou isso. Uns dizem que foi para se reabilitar aos olhos da mãe (que dessa forma lhe daria mais dinheiro), e outros dizem que ele queria se reabilitar com o público em geral, que via suas obras com maus olhos em função das duras críticas que ele recebia da burguesia.
Morre em 1867, em Paris, e seu corpo está sepultado no Cemitério do Montparnasse, em Paris.

Reprodutibilidade técnica

O 1º texto solicitado pra discussão na disciplina EDC- 251: Dimensão Estética da Educação, trata dos conceitos novos sobre a teoria da arte defendidos por Walter Benjamim. Segundo o autor, a obra sempre foi reprodutível, uma vez que a mesma era praticada pelos súditos dos mestres.
Existiram várias formas de reprodução como a xiligrafia, a litografia e enfim a fotografia, o que fazia com que o olho reproduzisse com mais rapidez as imagens.
Antes de continuarmos falando sobre suas obras pretendo postar aqui uma biografia que encontrei do autor:


Biografia

Walter Benjamin nasceu no seio de uma família judaica. Filho de Emil Benjamin e de Paula Schönflies Benjamin, comerciantes de produtos franceses. Na adolescência Benjamin, perfilhando ideais socialistas, participou no Movimento da Juventude Livre Alemã, colaborando na revista do movimento. Nesta época nota-se uma nítida influência de Nietzsche em suas leituras.

Em 1915, conhece Gerschom Gerhard Scholem de quem se torna muito próximo, quer pelo gosto comum pela arte, quer pela religião judaica que estudavam. Em 1919 defende tese de doutorado, A Crítica de Arte no Romantismo Alemão, que foi aprovada e recomendada para publicação.
Em 1925, Benjamin constatou que a porta da vida acadêmica estava fechada para sí, tendo a sua tese de livre-docência Origem do Drama Barroco Alemão sido rejeitada pelo Departamento de Estética da Universidade de Frankfurt.

Nos últimos anos da década de 20 o filósofo judeu interessa-se pelo marxismo, e juntamente com o seu companheiro de então, Theodor Adorno, aproxima-se da filosofia de Georg Lukács. Por esta altura e nos anos seguintes publica resenhas e traduções que lhe trariam reconhecimento como crítico literário, entre elas as séries sobre Charles Baudelaire.

Refugiou-se na Itália, de 34 a 35. Neste momento cresciam as tensões entre Benjamin e o Instituto para Pesquisas Sociais, associado ao que ficou conhecida como Escola de Frankfurt, de quem Benjamin foi mais um inspirador do que um membro. Em 1940, ano da sua morte, escreve a sua última obra, considerada por alguns o mais importante texto revolucionário desde Marx, por outros, um retrocesso no pensamento benjaminiano:, as Teses Sobre o Conceito de História.

A sua morte, desde sempre envolta em mistério, teria ocorrido durante a tentativa de fuga através dos Pirenéus, quando, em Portbou, temendo ser entregue à Gestapo, comete suicídio. Sua obra exerce grande influência atualmente no editor e tradutor de suas obras em italiano Giorgio Agamben, sobretudo acerca do conceito de Estado de exceção.

sábado, 21 de março de 2009

No cápitulo "Origens", Zélia conta que é filha de imigrantes italianos e nasceu em São Paulo. Era a mais nova dos 5 filhos do casal e passou a infância e adolescência com os irmãos, acompanhando os pais nas festas proletárias, ouvindo conferências políticas, recitando poemas de Castro Alves e de Guerra Junqueira nos palcos das Classes Laboriosas e da Lega Lombarda.

Em outro momento ela conta que em 1938, no clima de insegurança do Estado Novo, a polícia dera uma batida em sua casa e levara seu pai. Sr. Ernesto Gattai ficou preso por mais de 1 ano. Ele resistiu às torturas não confessando nada do que sabia e meses depois foi transferido para o Presídio Maria Zélia, onde aguardaria julgamento.
Foi absolvido por falta de provas e com a saúde comprometida, não resistiu à febre tifóide que o acometeu tempos depois de sair da prisão. Morreu em 1940, aos 54 anos.


A casa de Aparecida e Paulo Mendes de Almeida significava muito para a autora. Nas visitas que fazia era como penetrar no mundo da cultura, num ambiente de intelectuais renomados, sendo ela uma moça simples de família modesta.
Lá conheceu Tarcila do Amaral, Mário de Andrade, Lasar Segall, Oswald de Andrade, os mestres do Modernismo. Tornou-se amiga de escritores e artistas que admirava a distância, como se fossem seres de outro planeta.


Um dia , no ano de 1941, ao chegar no portão da casa de Aparecida, encontrou-a despedindo-se de um rapaz. Era Jorge Amado que estava em trânsito por São Paulo a caminho da Argentina e fora se despedir dos amigos. Embarcaria naquela mesma noite em busca de um material para uma biografia de Luiaz Carlos Preste, que se encontrava na prisão desde 1936, e como para escrever esse livro teria que desempenhar importante papel na luta contra a ditadura e pela anistia, via-se obrigadoa sair do país.
Sobre o livro, Zélia Gattai começa a escrever sobre a eleição de Jorge Amado para deputado federal em 1945, pelo Partido Comunista. Jorge Amado foi escolhido pelo partido e teve uma votação excelente, mas pretendia renunciar. Sua vocação era escrever...
Assim, ela e Jorge íam para o Rio de Janeiro concretizar a renúncia, em seguida partiriam para o Rio Grande do Sul,Uruguai e Argentina.
Era a primeira viagem de Zélia e o dia que iria conhecer D. Lalu e o Coronel João Amado. Para agradar seus sogros mas em específico a sogra, Zélia em encontro com Fanny Rechulski, sugeriu que usasse um de seus chapéus pois, segundo ela, daria um tom chic, dá mais importância.
E é justamente esse chapéu que dá nome ao livro e é esse momento que serve de inicio da história.

terça-feira, 17 de março de 2009

Quanto ao livro, escolhi um que há muito estou enamorada!
Trata-se de "Um chapéu para viagem" de Zélia Gattai. Segundo lido na sinopse trata-se da história de amor, antes e durante o amor de Jorge Amado e Zélia Gattai.
O amor deles pela política, pelas artes e pelo amor.

Enfim me entreguei a ele e espero deleitar-me!!!

Show a R$1,00 no Teatro Castro Alves

No dia 15 de fevereiro, foi gravado o dvd de Mariene de Castro no Teatro Castro Alves.
Foi um espetáculo completo! Assim como todos os outros shows de Mariene de Castro, do qual sou suspeitissima para falar, foi de um apelo sensível e emocional indescritível.
Como o show aconteceu na Bahia, mais específico em Salvador, houve um atraso, mas durante a espera fomos todos agraciados com um curta-metragem que falava sobre a história do próprio teatro, seus funcionários, frequentadores assíduos e artistas renomados. Todos eles relatando sobre a sua rica relação com o local.
Quando o show começou, ninguém esperava. Mas a cantora apareceu por trás do público entoando de forma a arrepiar todos os pelinhos do corpo: "...diga a mãe que eu cheguei..." e ela chegou!
Chegou e levou ao delírio todos que a esperavam e esperavam um espetáculo. Dentre baianas brejeiras, encantadores meninos de Alto de Coutos e sambistas de pratos nos prenderam até depois do show. Ficamos incansávelmente "corrigindo os erros" de todo o show.
Em suma, valeu a pena acordar cedinho de madrugada e sair de lá com o sol se pondo.
Aconselho a todos a se renderem ao samba do recôncavo e de Mariene de Castro. Essa sim é uma cachaça boa!

E para terminar citando um de seus versos:
"...é sim! Pois acima de Deus não tem nada..."